sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Frota de aviões de passageiros vai dobrar em 18 anos, diz Airbus

O tráfego de passageiros deve triplicar até 2026, segundo a empresa.

A maior demanda por aviões virá da região da Ásia e Pacífico.

O mercado mundial de aviação deve demandar 24,3 mil novos aviões de passageiros e de carga, no valor total de US$ 2,8 trilhões, até 2026, segundo a empresa européia Airbus.

Apenas em relação aos passageiros, as empresas mundiais deverão mais que dobrar sua frota de aviões de 100 lugares ou mais, dos cerca de 13,3 mil atuais para um número próximo de 28,5 mil em 2026.

Essa expansão, mais a expectativa de substituição de ao menos 8.150 aviões antigos leva à expectativa de que serão necessários 23,4 mil novas aeronaves de passageiros nos próximos 18 anos, com valor total de US$ 2,6 trilhões.

Para a Airbus, o tráfego de passageiros deve crescer a uma taxa anual de 4,9% ao ano, o que indica que ele será triplicado até 2026. Parte desse aumento de tráfego será absorvido por uma elevação nas taxas de ocupação dos vôos e com o aumento de freqüências, assim como com um crescimento no uso de aviões maiores e mais produtivos.

Regiões

De acordo com a Airbus, a maior demanda por aviões virá da região da Ásia e Pacífico, que será responsável por 31% das compras nesses 18 anos. Em seguida virá a América do Norte, com 27% de participação, e a Europa, com 24%.

Os mercados emergentes também deverão fazer aumentar o tráfego mundial de passageiros. Embora a fabricante concorde que China e Índia serão os maiores mercados, outros países como Brasil, Argentina, África do Sul e Vietnã vão ser cada vez mais importantes em 2026 para o transporte aéreo.

"O transporte aéreo é, definitivamente, uma indústria em crescimento contribuindo para o desenvolvimento econômico e para a geração de riqueza em todo o mundo", disse o executivo-chefe de Operações e Consumidores da Airbus, John Leahy.

Aviões gigantes

Airbus A380 durante visita ao Aeroporto de Guarulhos, em dezembro. (Foto: Eduardo Cucolo)

A procura entre as companhias aéreas deverá se concentrar em aviões mais econômicos e menos poluentes para a substituição da atual frota. A empresa aposta que a população mundial e o número de megalópoles deverão continuar a crescer, inevitavelmente levando a uma concentração de demanda ainda maior. Essa tendência deverá gerar um maior congestionamento nos aeroportos e nos céus.

Segundo a Airbus, uma solução para esse problema seria utilizar aviões cada vez maiores, como o seu A380. A fabricante afirma que, ao fim de 2006, 77% do tráfego de longa distância já era operado fora dos 32 maiores hubs (centros de distribuição de vôos) mundiais.

Airbus e Boeing

A aposta em aviões cada vez maiores, realizando vôos entre hubs é a principal diferença entre as estratégias da Airbus e da Boeing, que espera que haverá cada vez mais vôos ponto-a-ponto, ligando origem e destino diretamente, com aviões de fuselagem larga e tamanho médio.

Por conta disso, a expectativa da Airbus inclui uma demanda por 1.700 aviões muito grandes até 2026. Atualmente, apenas ela fabrica uma aeronave nessa categoria, o próprio A380. Apenas esse mercado, afirma, tem valor de US$ 527 bilhões, representando 19% do total previsto de faturamento nesse intervalo. Desses aviões, 1.300 serão usados para transporte de passageiros.

Nesse segmento se dará a principal batalha entre as duas titãs Airbus e Boeing. Enquanto a norte-americana deve lançar seu novo 787 Dreamliner no ano que vem, a Airbus entrega seu primeiro A350XWB em 2013. Ambos os aviões tiveram problemas - atrasos e falhas de projeto, respectivamente - o que tem colocado pressão nas fabricantes. Ainda assim, já estão entre os aviões mais vendidos nos últimos anos por ambas.

Os mais de 16,6 mil aviões restantes, ou 68% das entregas dos próximos anos até 2026, serão de fuselagem estreita. Comparativamente muito mais baratos, embora formem a grande maioria em unidades, serão responsáveis por apenas 40% do faturamento da indústria nesse período.

Fonte: Valor Online

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